sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quando Eu For Recuerdo


Quando eu partir e deixar de ser,
talvez o brilho de meu olhar
possam encontrar
junto às estrelas prateadas,
que pra lua encantada
fazem companhia
e quem sabe sejam tema de poesia
de um pajador na madrugada.

A minha fala talvez se encontre
no canto da passarada,
como orquestra afinada
em um dia de verão,
pra levar ao coração
a pureza da sinfonia,
na mais simples harmonia
ao entoar uma canção.

Meus versos, minhas palavras
que retratam amor e ternura,
talvez fiquem na literatura
ou nos lábios de declamadores,
ou então voltem novamente às flores
que são os temas naturais
e sempre bambeiam anais
nos versos de pajadores.

Quando eu for recuerdo,
talvez seja uma boa lembrança
na meiguice da criança,
no vigor da mocidade
e na sabedoria da idade
que o tempo tenha moldado,
pra que possa ser lembrado
com auras de autenticidade.

Recuerdos cativam a alma
quando chega a saudade
e se eu for na verdade
um recuerdo que valha a pena,
tive então vida boena
e quem quiser me encontrar
num jardim vai vislumbrar
a minha face serena.




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