sábado, 25 de fevereiro de 2012

Um Taura Na Academia Saúde Total

Eu andava estropiado
Com a buchada desregulada
A pressão tava elevada
O colesterol muito subia
Triglicerídeo não descia
E o doutor foi me recomendar
Que eu deveria freqüentar
Uma tal de academia.

Meio sestroso da lida
Criado no sistema antigo
Fui levado por um amigo
Pra consulta inicial
Na Academia Saúde Total
E me mediram toda a graxeira
Eu envergonhado uma beira
Mas a professora era mui legal.

Apertou minha pança com alicate
E me disse caro poeta
Uma coisa é bem certa
Saiba que sou tua amiga
Mas tem que perder a barriga
Que ta virada em toicinho
Mas vamos dar um jeitinho
Espero que tu consiga.

Concordei com a Veridiana
Mui sabida e formada
Deixei a aula marcada
Pra fazer num outro dia
O tratamento que ela dizia
Para dar a solução
Chamado de malhação
Nas aulas da academia.

Já na outra semana
Chegou o dia marcado
Apresentei-me encabulado
No meio da gurizada
Tinha prenda lapidada
Linda como a primavera
E eu acanhadito quase tapera
Teve até quem deu risada.

Botaram-me na tal de esteira
Pra que fosse caminhar
Tinha um ferro pra me agarrar
Que segurei apertado
E pedi pra prenda ao lado
Que apertasse nos botão
Se largasse a minha mão
Caia escarrapachado.

Caminhei barbaridade
Que até me secou a goela
Tava ao lado da janela
Mas não saia do lugar
Até que mandaram parar
O exercício terminou
Mas aquilo me tonteou
E tive que me agarrar.

Depois me deram umas bolas de ferro
Com um ferro pelo meio
Eu até que achei feio
De levantar e baixar
E comecei a pensar
Se isso é malhação
Um ferro em cada mão
De quinze em quinze até parar.

E depois a professora
Escorou-me num pilar
Botou-me pra forcejar
Com os joelhos dobrados
E uma prenda do meu lado
De um jeito que eu venero
Puxando uns tijolos de ferro
Deixou-me com o zóio esbugalhado.

Nem sei se eu fiz os quinze
Pois perdi a atenção
Ao deparar com esta visão
Lhes juro me desconcentrei
Foi então que reparei
Dei-me conta de repente
Um espelho em nossa frente
Quanta vergonha passei.

Depois a Professora me chamou
E foi pegando um colchão
Mandou que deitasse no chão
Imagina minha alegria
Pois  então a academia
Não era uma cousa à toa
E agora vinha a parte boa
Era tudo o que eu queria.

Que boa coisa nenhuma
Eu só escutei uma risada
Deixou-me as pernas dobradas
E disse não se aborreça
Ponha as mãos na cabeça
E se atraque a levantar
A barriga parecia rasgar
E dizia não esmoreça.

Três vezes de quinze
Com paradas pelo meio
Eta exercício feio
E ela ali parada
Eu com uma dor nada
Levantava e descia
Enquanto ela escrevia
Mandava e dava risada.

E ainda me falou:
Só este e vou te liberar
Que nada me botou a pedalar
Na bicicleta sem pneu
E lá estava eu
Quase desmaiando de cansado
Lhes conto meio assustado
Não teve onde não doeu.

Quando disseram terminou
Aí sim fiquei faceiro
Mas no meio do entrevero
Ainda resolveram me espichar
E se atracaram a puxar
Braço, perna e oreia
Lhes juro é cousa feia
Pra quem não sabe malhar.

O pior foi no outro dia
Bem logo ao amanhecer
Não podia me mexer
Tava tudo encarangado
Parecia bagual estropiado
Nem podia caminhar
Os braços sem esticar
Com os nervos encurtados.

Fui até em massagista
Pra uma tal fisioterapia
E no rádio me oferecia
O Ivan Carlos um verso rimado
Pra o poeta que tinha malhado
Um taura na academia
A mais linda harmonia
Da música Corpo Esgualepado.

Mas lhe digo com convicção
Que quero continuar
Mesmo que encarangar
Por eu estar destreinado
Eu fui muito bem tratado
É uma cousa que vale a Pena
Pois lá tem gente boena
São sabidos e doutorado.

Garantiram-me e eu acredito
Que tudo ficará normal
Na Academia Saúde Total
Tem qualidade e dedicação
É por isso que então
Mesmo que eu seja atrapalhado
Ainda vou ficar meio sarado
E boeno do coração.

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