terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Seu Juca


                                                            Ruben e Seu Juca
Meus olhos bombeiam o horizonte
pra longe, tão longe de mim,
querendo encontrar o fim
deste imenso alambrado
e com o coração apertado,
 não querendo acreditar
busco ao tempo regressar,
em sonhos volto ao passado.

Sinto o calor de sua mão
no meu tempo de criança,
que me dava segurança
para o caminho seguir.
Até consigo sorrir
 esboçando felicidade,
mas me dói esta saudade,
parece não ter pra onde ir.

Seus olhos ainda brilham pra mim
 e a voz está a me aconselhar.
Calado me ponho a escutar
o silêncio que permanece no presente,
 mas vagueia em minha mente
como se fosse realidade
 a sua presença de verdade,
só que não está mais com a gente.

Primeiro foi o Gustavo,
depois a vez do Osmar,
 mas pra que pudessem matear
 ao pé do mesmo fogão,
por vontade do Patrão
após cumprir sua jornada,
 foi pra Querência Sagrada
 sorver este mesmo chimarrão.

Ficamos com  a saudade
alojada no coração.
É triste a separação,
mas devemos entender
 que valeu a pena viver,
que foram belos os momentos
 e valiosos os ensinamentos
que nos fizeram crescer.

Meu Pai, a noite quando chega
 traz o silêncio pra companhia.
A charla fica vazia
E um lugar vago ao lado.
Não se encontra sentado,
 proseando, dando risada,
 animando a peonada
 com tanto causo contado.

Mas haveremos de seguir
 sem nos desviar da trilha,
 pra honrar nossa família
e ter no porte a sua maneira.
Em nossa vida inteira
 ficará no coração,
 com amor e gratidão
 por ser o esteio dos Vieira.

Homenagem ao pai, José Antonio Alves Vieira (Seu Juca). Falecido em 23 de outubro de 2001, até hoje ainda é possível sentir a presença de um homem íntegro e humilde que por onde passou deixou marcas na vida das pessoas. 

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